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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Estudo de Salmos



ESTUDO DE SALMOS

Arthur Nantes de Alencar[1]

O Livro dos Salmos é o maior e talvez o mais amplamente usado livro da Bíblia. Ele explora o mais profundo da experiência humana de uma forma muito pessoal e prática. Seus 150 “cânticos” permeiam da Criação aos períodos patriarcal, teocrático, monárquico, exílico e pós-exílico.
A tremenda amplitude do tema nos Salmos inclui diversos tópicos, tais como júbilo, guerra, paz, culto, juízo, profecia messiânica, louvor e lamentação. Os Salmos eram entoados como o acompanhamento de instrumentos de corda e serviram como hinário do templo e guia devocional para o povo judeu.
O Livro dos Salmos foi gradualmente colecionado e originalmente intitulado,
talvez devido à grande variedade de material. Ele veio a ser conhecido como Sepher Tehillim – “Livro dos Louvores” – em virtude de quase todo salmo conter alguma nota de louvor a Deus. A Septuaginta (LXX) usa a palavra grega Psalmoi como título para este livro, significando poemas entoados com acompanhamento de instrumentos musicais. Ele também é chamado Psalterium (coleção de cânticos), e esta palavra é a base para o termo “Saltério”. O título latino é Liber Psalmorum, “Livro de Salmos”.
Uma apreciação dos princípios e da estrutura da poesia hebraica é essencial para a compreensão apropriada dos Salmos e sua interpretação. Também se torna necessária para perceber que aquilo que o Ocidente consagrou como poesia tem pouca semelhança com aquilo que os hebreus entendiam com o vocábulo.
A poesia hebraica teve grande popularidade em todo o antigo Oriente Próximo. Numerosos exemplos desse gênero literário chegaram até nós de Canaã (cujos músicos e cantores tinham fama internacional) bem como do Egito e da Mesopotâmia. É evidente a contribuição que, nesse sentido, Israel deu ao mundo cultural do seu tempo.
Na poesia hebraica não existe a rima, e é exato falar em ritmo do que em métrica na poesia hebraica. Sua característica mais importante é a repetição de idéias, denominada de Paralelismo. Uma idéia é afirmada e, logo em seguida, é novamente expressa com palavras diferentes, sendo que os conceitos das duas linhas se equivalem de forma aproximada.

Os tipos de Paralelismo:

(1) Sinomínico: consiste em expressar duas vezes a mesma idéia com palavras
diferentes, como em Sl 113:7.
“Ele levanta do pó o necessitado
E ergue do lixo o pobre. (NVI).”

(2) Antitético: é formado pela oposição ou pelo contraste entre duas idéias ou
imagens poéticas, como em Sl 37:21.
“Os ímpios tomam emprestado e não devolvem,
Mas os justos dão com generosidade. (NVI).”

(3) Sintético: aqui as duas linhas do verso não dizem a mesma coisa, mas antes, a declaração da primeira linha serve como base sobre a qual a segunda declaração se fundamenta. A relação é a de causa e efeito, como em Sl 19:7-8.

“A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma.
Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança,
E tornam sábios os inexperientes.
Os preceitos do Senhor são justos,
e dão alegria ao coração.
Os mandamentos do Senhor são límpidos,
e trazem luz aos olhos. (NVI).”

Regras para interpretação dos Salmos:
1. Se houver uma circunstância histórica que determinou a composição de um
Salmo, ela deve ser cuidadosamente estudada. Salmo 3, 32, 51, 63.
2. Elemento psicológico. Estudar o caráter do poeta e o estado de mente que
compôs o cântico.
3. Os Salmos são de vários tipos diferentes.
4. Cada um dos Salmos é caracterizado pela sua forma.
5. Cada um dos Salmos também visa uma determinada função na vida de Israel.
6. Temos que reconhecer os vários padrões dentro dos Salmos.
7. Cada Salmo deve ser lido como uma unidade literária.
Figuras de Linguagem
Como o próprio idioma hebreu, a poesia hebréia usa imagens vívidas, símiles, metáforas, e outros dispositivos retóricos para comunicar pensamentos e sentimentos. Vejamos algumas destas figuras:
1. Símile: Esta é a mais simples de todas as figuras de linguagem. Uma símile é uma comparação entre duas coisas que se assemelham  um ao outro de algum modo (cf. Sl. 1:3-4; 5:12; 17:8; 131:2).
2. Metáfora: Esta é uma comparação em que uma coisa é comparada a outro sem o uso de uma palavra de comparação do tipo “assim como”.  No Salmo 23:1, diz  Davi, " O Senhor é meu Pastor, " quer dizer, Ele é um pastor e eu uma ovelha dele (também veja 84:11; 91:4).
3. Implicação: Isto acontece quando há só uma comparação implícita entre duas coisas nas quais o nome de uma coisa é usado em lugar do outro (cf. Sl. 22:16; Jer. 4:7).
4. Hipérbole: Este é o uso de exagero em cima de uma declaração para acentuar um ponto (Sl. 6:6; 78:27; 107.26).
5. Paronomasia: Isto se refere ao uso ou repetição de palavras que são semelhante em som, mas não necessariamente em sentido ou significado para alcançar um certo efeito. Isto só pode ser observado quando se  lê o texto hebreu original.  No Salmo 96 se lê,   " Todos os deuses (kol-elohay) das nações são ídolos (elilim). Esta palavra posterior significa  “nada, cousa alguma”, ou “zero, fracasso total”; de forma que poderíamos dizer isto, " Os deuses das nações são imaginações ou fantasias ". (veja também  Sl.. 22:16; Prov. 6:23).
6. Pleonasmo: Isto envolve o uso de redundância por causa da ênfase. Isto pode acontecer com o uso de palavras ou orações. No Salmo 20:1 somos nós falando, “o SENHOR te ouça no dia da angústia; o nome do Deus de Jacó te proteja. {ou ponha em alto}  Aqui " nome " parece ser redundante. Significa o próprio Deus e tem mais ênfase do que se tivesse usado apenas o termo " Deus ".
7. Pergunta Retórica: O uso de uma pergunta para confirmar ou negar um fato (Sl. 35:10; 56:8; 106.2).
8. Metonímia: Isto acontece onde um substantivo é usado em lugar de outro por causa de alguma relação ou tipo de semelhança que objetos diferentes poderiam agüentar a um ao outro (Sl. 5:9; 18:2; 57:9; 73:9).
9. Alegoria: É a figura de metáforas que se estendem ao redor de um tema central.  Salmo 80:8 ss.: Israel é aqui descrito como “uma videira do Egito”.
10. Personificação: Fala de objetos inanimados ou idéias abstratas comos e fossem seres vivos (Sl.35:10).
11. Apóstrofe: (semelhante à personificação) – É a figura em que o orador se dirige a pessoas ausentes ou objetos inanimados como se estivessem vivos e presentes (Sl.114:5-7).
12. Antropomorfismo: O nomear de alguma parte da anatomia humana à Pessoa de Deus carregar algum aspecto de Deus está sendo como os olhos ou orelhas (cf. Sl. 10:11, 14,; 11:4; 18:15; 31:2).
13. Antropopatia: Atribui a Deus paixões e sentimento humanos (Sl.6:1).
14. Zoomorfismo: O nomeando de alguma parte de um animal à Pessoa de Deus carregar certas verdades sobre Deus (cf. Sl. 17:8; 91:4).

Referências Bibliográficas:
CALVINO, João. O livro dos salmos. Trad. Valter Graciano. Martins. São Paulo: Paraclétos, 1999.
LUTERO, Martinho. Obras selecionadas. São Leopoldo: Sinodal. Porto Alegre: Concórdia. s/d.
YANCEY, Philip. A Bíblia que Jesus lia. Trad. Neyd Siqueira. Editora Vida. São Paulo, SP. 2001


[1] Bacharel em Teologia IBAD – FBN
Pós-graduando em filosofia - UGF

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